Quando o
mês de julho começa, sinto desabrochar em mim um sentimento engraçado. É como se de
repente eu voltasse a ser criança. Basta o mês sete dar as caras pra eu ficar
me sentindo toda especial. Coisa besta, mas de repente é como se tudo de bom
que acontecesse nesse mês tivesse a ver comigo de alguma forma e eu fico toda
me sentindo.
É um sentimento meio infantil mesmo, mas eu adoro e até acho essa
espécie de regressão um acontecimento oportuno. Não importa quantos anos eu
esteja completando, volto à minha meninice e acabo acreditando, do fundo do
coração, que nesse dia eu tenho passe livre pra me sentir especial, para
celebrar minha existência e as inúmeras razões que eu tenho pra ser feliz.
Eu amo aniversários. Sempre gostei. E não só do meu. Eu gosto dos
aniversários de todo mundo que eu conheço. Acho que por isso meus aniversários
são sempre bons. Não precisa ter festa, nem ter nada especial, não. O
aniversário em si basta pra ser memorável. Tem muita gente que fica num mau
humor horrível quando o próprio aniversário vai chegando e eu entendo. Também
tenho meus cinco minutos de emoções à flor da pele, de hipersensibilidade e
daquela sensação de que o mundo vai desabar na minha cabeça. Mas isso passa
rapidíssimo logo dando espaço ao que eu realmente gosto de sentir nesse dia.
Quando meu dia chega, gosto de acordar
cedinho pra aproveitar bem o dia (até ano passado eu nem tinha outra escolha,
pois meu pai sempre me ligava às 7:35 da manhã, horário em que eu nasci). E aí
começa a minha maratona de alegria: tomo um cafezão delicioso e demorado, vou
ao salão de beleza, coloco uma roupa bonita, ou visto algo que eu normalmente
não usaria e caio na farra com meus amigos.
Claro que nem sempre dá pra fazer
tudo isso. Quando o aniversário cai no meio da semana e nossa idade cronológica
não coincide com nossa idade mental, não fica muita escolha a não ser cuidar da
vida e fazer o que precisa ser feito. Mas minha felicidade no meu aniversário
não depende desses rituais e sim de prazeres tolinhos. Por exemplo, simplesmente
adoro quando nesse dia preciso ir à alguma repartição pública, consultório
médico ou qualquer coisa do tipo e um atendente me pergunta minha data de
nascimento. Ou de ficar olhando o relógio na véspera e ver o momento exato
em que o relógio marca meia-noite, dando início ao meu dia especial.
Na
Alemanha conheci algumas pessoas que ao invés de desejar "Feliz
Aniversário", desejam "Feliz Ano Novo". Eu adoro isso,
porque é de fato um ano novo pra o aniversariante. Gosto de eu mesma me dar um
presente, com direito a embalagem, cartãozinho com dedicatória e tudo bem
especial de mim para mim. Isso tudo deve soar meio maluco, mas eu sou fã de
coisa estranha.
O ano de 2012 está sendo cheio de provas pra mim. Um ano difícil,
com muitos momentos que poderiam ter destruído meu senso de humor e abalado meu
otimismo. Mas pra minha surpresa, acordei hoje às 7:30 e pude logo perceber
surgindo em mim um sentimento familiar. Uma certa euforia começando a tomar
conta de mim e do auge de meus quase 36 anos, percebir que a menininha dentro
de mim quer muito me dar um presente, me levar pra sair e de fazer de hoje o
dia de reconhecer meu valor dentro de meu mundinho. Sendo assim, de Crisinha
para Cris: Parabéns pelo seu aniversário!
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